quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bolsa- Balada?




Recentemente o deputado federal Tiririca (PR-SP) apresentou seus primeiros projetos de lei na Câmara dos Deputados:
• O primeiro projeto autoriza a União a criar o programa Bolsa-Alfabetização, contemplando analfabetos com mais de 18 anos que estejam matriculados em escolas. Os beneficiários receberiam um valor mínimo de R$ 545.
• O segundo projeto institui o ''Vale-Livro'', um auxílio que seria dado a estudantes de instituições públicas de ensino infantil, fundamental e médio de todo o País.
• No terceiro projeto, Tiririca pede que as pessoas e famílias que exercem ''atividades circenses e de diversões itinerantes'' sejam contempladas em programas sociais do governo.

Primeiro quero deixar registrado que não tenho nada contra o deputado Tiririca, pelo contrário nem sei o motivo de tanto rebuliço com sua eleição, pois não é de hoje que existem palhaços na Câmara. Talvez um cidadão que sentiu na pele e vivenciou a pobreza possa contribuir muito mais que um diplomado no poder.
O que chama minha atenção é o exagero da política assistencialista no Brasil. Vamos combinar que nesses casos não há solução do problema, é apenas um alívio momentâneo que refresca por tempo limitado a situação deplorável em que o individuo passa.
É como se estivéssemos o tempo todo mimando os desamparados, chamando-os de incapazes. Isso mesmo, ou será que eles não são capazes de comprar um livro? Precisam ganhar tudo? Tudo tem que ser doado? Não,nãe e não!
Não concordo que a motivação para um analfabeto aprender a ler e escrever dever ser o dinheiro, sua motivação tem que partir de uma perspectiva de um futuro melhor. A motivação para a criança ler, não é o livro gratuito (temos bibliotecas públicas e distribuição de livros nas escolas públicas) as motivações DEVEM ir além da ajuda financeira.
E sim, meus caros, falo por conhecimento de causa SIM. Minha família é do interior do maranhão, desde muito nova presenciei e conheci a miséria que assola aquele estado de perto. Pessoas ali, na linha da pobreza satisfeitas com um simples Vale-Gás, Bolsa-Família, Vale-Isso, Vale-Aquilo...
Ora, quem nunca leu uma reportagem sobre mulheres em extrema pobreza que engravidam, apenas para garantir o beneficio? Um circulo vicioso, enraizando o espírito da preguiça e da falta de ambição na vida. Já dizia Carlos Drummond: “Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição”.
Quando finalmente vão enteder o básico? Que é preciso dar ao homem, não unicamente o peixe, mas proporcionar condições para que o individuo pesque sozinho. A política justa, parte do princípio onde as pessoas não tenham que viver de esmolas, mas que tenham condições auto-suficientes para suprir o mínimo de suas necessidades.

Se continuarmos desse jeito, jovens em breve vão querer também sua Bolsa-Balada.

4 comentários:

Leila Ribeiro disse...

Parabéns pelo ótimo texto, Kel!
Vc retratou bem a verdadeira política do "pão e circo", né rsrs
Finalmente alguém fez uma reportagem com o foco no ato e não na celebridade.
Foi ao ponto necessário de discussão1
Congrats, Kel!
XOXO
Leila ;)

Anônimo disse...

Me admiro você ser jornalista e usar uma referência tão vulgar como "falo por conhecimento de causa" de minha família do interior do Maranhão. Na verdade me admiro muito que a direita sempre tenha um conhecido que viva de assistência social, algo que não tem nenhum embasamento em dados. O mais engraçado é o fato da economia ter crescido tanto no período de aumento dos benefícios (que são direitos garantidos na Constituição). Inclusive, com aumento real da economia e de pessoas trabalhando nos locais onde existem mais beneficiados.

Miss Dap disse...

Olha quem está de Blog novo!!!
Parabéns pela iniciativa e continue compartilhando informações inteligentes com a gente!!!!
Bjão!!!!

Ana Paula Lisboa disse...

Oi Kari! só tive tempo de ver seu blog agora. Gostei muito do texto. Sempre é bom ter espaço para crítica e reflexão.
Sucesso
bjo