sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O fantasma da Censura

Recentemente a ministra Iriny Lopes pediu de suspensão da propaganda em que Gisele Bündchen ensina a contar uma má notícia ao marido vestindo apenas roupa íntima. A Secretaria de Políticas para as Mulheres decidiu interferir também na novela Fina Estampa e no humorístico Zorra Total. O quadro se passa em um vagão lotado, em que uma das usuárias é assediada e, ao queixar-se para a colega, é aconselhada a aproveitar a situação. Segundo a entidade, o programa “incita a violência sexual”. Iriny Lopes, também enviou ofício à emissora sugerindo que a personagem Celeste, interpretada por Dira Paes, procure a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 quando sofrer agressão do marido. A ministra pede ainda que o personagem agressor seja responsabilizado.
Informações do Correio Braziliense. Leia matéria completa no site: www.correioweb.com.br

Em um primeiro momento os pedidos da ministra parecem uma agressão ao direito livre de expressão. Mas em um “second thought” , ou seja, pensando melhor fazem um pouco de sentido. Lembro da campanha “Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania”, que nasceu em 2002 fruto de deliberação da VII Conferência Nacional de Direitos Humanos, uma pena que acabou, eu achava uma excelente ideia.

Vamos lá, não faz sentido para você tirar do ar um programa que debocha da situação deprimente que muitas mulheres diariamente sofrem no metrô? Ou aqueles programas que apenas promovem baixarias?

Claro, que tudo tem sua medida, querer tirar o comercial da bela Gisele do ar, já beira o exagero. Pois, não me sinto ofendida como mulher com aquela propaganda, está muito claro que é um humor inofensivo.

A ideia de regulamentar a Mídia me assustava, porém em uma aula escutei uma professora que abriu um pouco meus olhos. Querem vender a ideia que o Brasil é pioneiro nessa discussão no panorama mundial. Porém, países desenvolvidos já tiveram esse mesmo debate nos anos 70, estamos 30 anos atrasados.

A regulamentação é uma realidade em países desenvolvidos como o Reino Unido, a França e Canadá, entre muitos outros . O que quero dizer é que sejamos transparentes e coerentes com a população, não podemos continuar com esse debate, sem sermos honestos. Tratando esse assunto como se fosse censura, quando não é, ou como se o Brasil estivesse regredindo, ao aprovar um marco regulatório, quando não está.

Isso sem entrar na esfera do monopólio das comunicações, que acontece no Brasil. Buscar promover a verdadeira diversidade, pluralidade nos meios de comunicação, No debate sobre um novo marco regulatório para as comunicações, a questão da propriedade cruzada de emissoras de TV, rádio e jornal impresso por uma mesma pessoa ou grupo econômico que é uma triste realidade no nosso país.

Não falo em censura, falo em promover o respeito aos direitos humanos e à dignidade do cidadão nos programas de televisão e termos uma verdadeira diversidade e pluralidade nos nossos meios, após essa reflexão tudo isso faz muito sentido.



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